domingo, 18 de novembro de 2018

O significado do dinheiro para o mundo, e para mim.


“O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela gasta”. Millôr Fernandes.


“Dinheiro é um negócio curioso. Quem não tem está louco para ter; quem tem está cheio de problemas por causa dele”. Ayrton Senna.


“Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é sua sede. O mesmo se aplica à fama”. Arthur Schopenhauer.


“O dinheiro que temos é o instrumento da liberdade; aquele de que andamos atrás é o da servidão”. Jean-Jacques Rousseau.


Antes de começar a escrever sobre um novo tópico, eu releio de forma aleatória algum texto. Dessa vez eu li “A minha ideologia de vida” que postei em janeiro de 2016. Senti, então, a necessidade de falar sobre dinheiro, e vou começar pela ideia que coloquei naquele texto.

Uma das conclusões que havia chegado é que um dos meus problemas de enquadramento social é que não tenho ganância para ganhar dinheiro. Eu realmente pensava, e ainda penso, dessa forma. Mas estou desfrutando uma etapa na vida que estou tendo mudanças quanto ao significado de tudo isso.

A gente sempre pensa muito na questão “dinheiro”. E é claro que de acordo com o passar dos anos, continuamos pensando, mas vai mudando a definição e a importância dada a ele.

Por exemplo, eu quando mais novo pensava que correr demais atrás de dinheiro, de forma exacerbada era uma tolice. Hoje, estou percebendo que é muito tênue a diferença entre o suficiente e exagero. Isso deve-se ao fato de que “dinheiro” significa algo diferente para cada um de nós.

Para entender essa relação subjetiva para com o dinheiro devemos fazer a seguinte indagação: O que significa o dinheiro objetivamente falando e o que significa para mim, na minha vida?

Fui pesquisar no dicionário, e verifiquei que a definição do verbete está atrelado somente como papel, moeda, etc. Mas não era essa a definição que eu queria. Então pesquisei no Google.

Em um texto de Leonardo Duzzi, consultor financeiro (http://competenciafinanceira.com.br/dinheiro-pode-te-ensinar/), percebi o mais interessante nos comentários. Bruna Farias diz que “o dinheiro tem toda uma filosofia por trás [...]”. E o próprio Leonardo responde ser o dinheiro “energia”.

Com isso, o estudo torna-se mais interessante. Lidamos com o dinheiro desde a infância, porém, não havia me atentado que existiam inúmeros estudos quanto a esse termo, mas não só na área econômica, mas sociológica.

Vejamos essa análise em um artigo de pós-graduação em sociologia política:

Então, podemos observar que a mercadoria é um objeto externo ao homem e suas propriedades satisfazem as necessidades e/ou os desejos humanos, e o dinheiro serve, então, como mediador entre as coisas e o homem, para a produção de riquezas em relações sociais historicamente determinadas, que satisfazem as necessidades humanas como meios e/ou objetos. Assim o dinheiro é o objeto por excelência de afirmação das necessidades humanas na sociedade moderna. (ALVIM, Valdir; Dinheiro: Instituição social relevante na sociedade moderna).

Pelo menos, o que eu entendo disso tudo é que o “externo” são mercadorias, as quais são tiradas da natureza, e o dinheiro serve como mediador na relação do homem e sua necessidade de produzir riquezas. Vou além. Podemos separar, dessa forma, a necessidade de produção e de fato o consumo.

Ou seja, todos nós, em todas classes sociais, sabemos da importância da produção de mercadorias. Quase que uma questão de instinto de sobrevivência, pois somos avessos à ideia de correr o risco de ter pouco. Por outro lado, diante de toda a oferta, o que realmente podemos comprar, possuir, nos satisfazer? Seria isso que estaria levando a tantas pessoas à depressão?

Hoje, pai de família, como dito, tenho novos conceitos e necessidades. Embora não tenha a chamada ganância no que tange às minhas necessidades, tenho outras para com meu filho. Querer uma escola boa, boa alimentação, saúde, etc. Só isso já me torna uma pessoa tendente à alienação, pois preciso dessa quantia em dinheiro para adquirir as referidas “mercadorias”. Vou alcança-las de acordo com minhas expectativas? Outra pergunta seria se minhas expectativas estão sendo dosadas? Essas necessidades são realmente coerentes, ou parto para o exagero?

Uma coisa tenho hoje convicção. Em contato com tantas “necessidades”, obviamente você vai tendo que escolher o que pode fazer, deixando muitas coisas de lado. Como por exemplo, não poder participar de um casamento de uma pessoa próxima (gasto com roupas, presentes, viagem, etc,), entre outras confraternizações. E nisso, acontece algo não era a verdadeira intenção: perdemos as relações com os próximos, devidos as necessidades financeiras que criamos.

Portanto, o mundo é regido com fulcro no dinheiro. A pessoa que escolhe não dar importância a ele, ou simplesmente escolhe uma forma de vida consciente, sem querer os exageros, corre o risco de não existir mais para muitos a sua volta, tornando-se praticamente invisível.