Não
tenho pretensão aqui de explicar o que é o amor. Diante de tudo que vivi até
hoje sobre esse assunto chego a duas conclusões: a primeira, é que não haverá
definição, pelo menos literal, do que realmente seja esse sentimento. A
segunda, é que, ao contrário do que muitos pensam, só de amor não se mantém um
relacionamento.
Você
pode amar, em qualquer extensão que queira se colocar, pode também ter uma
forte atração física, mas, pelo menos para mim, um relacionamento pauta-se em
um emaranhado de situações muito mais complexas do que meramente amor e
atração.
Isso
só a convivência diária poderá trazer-lhe a resposta. Portanto, não sou contra
o chamado “juntar os panos”. Ou seja, tentar, antes do casamento (falo mais do
religioso), uma situação em que seja testada a convivência do casal.
Aquela
ideia de que os opostos se atraem a considero muito simplista. Pode ser que
haja atração, mas não quer dizer que seja possível uma convivência saudável.
Está muito mais ligado ao campo da atração física do que a real concepção de
amor.
Como
imaginar uma convivência harmoniosa se há um dissenso em tudo que se queira
fazer? Eis o grande problema. Não gostar do mesmo estilo de filme, não gostar
do mesmo tipo de música, não ter a mesma religião, são coisas simples que podem
tornar-se um motivo depressivo substancial com o passar do tempo.
Tomemos
como exemplo uma situação ideal. Um casal que ao chegar a casa discutam como
correu o dia de cada um, e que a solução dos problemas diários seja consensual
e que ao final, para o tão merecido descanso, assistam a um filme que os dois
apreciem com o mesmo entusiasmo. Depois, é óbvio, que troquem os mais
prazerosos carinhos, aqueles em que só é possível com a presença de um forte
sentimento.