domingo, 11 de dezembro de 2016

Escrécio, cadê você?



“Homens fracos acreditam na sorte. Homens fortes acreditam em causa e efeito”. Ralph Waldo Emerson

“Sorte é estar pronto quando a oportunidade vem”. Oprah Winfrey.

“Saber quando se deve esperar é o grande segredo do sucesso”. Xavier Maistre

Na carta “Fui forte por desistir” já explanei um pouco sobre minha trajetória quase sofrida, ou por que não dizer engraçada e desastrada. Mas tudo que fiz ou deixei de fazer fez parte de um projeto, um plano em busca de ser um profissional de verdade.
Arrependimento? Talvez um pouco... mas creio que todos nós temos um pouco de arrependimento das nossas opções, caminhos percorridos, entre outras escolhas. Nesse momento, da minha história, poderia me tachar um homem de muitas escolhas erradas. Porém, como todo bom brasileiro, acredito que ano que vem será diferente.
De todas as escolhas profissionais mal sucedidas, creio ter chegado em um ponto decisivo. Um momento que tenho a chance de consertar tudo, pois agora me sinto maduro o suficiente para tentar decidir corretamente. Contudo, como tudo na vida tem um porém, sei o que preciso fazer, mas para efetivar esse projeto precisaria de verba: ser um profissional autônomo... um advogado.
Passei por essa sensação outras vezes. Sensação de esperar por algo em vão. Um milagre. Pois será que mais uma vez a vida exigiria tanto de mim sem ter algo bastante merecedor em troca.
Admito que às vezes penso que já fiz o que precisaria para merecer viver melhor, nos meus trinta anos de idade. Mas é só um pensamento. Pois as coisas continuam difíceis.
Mas quem sabe, dessa vez, agora, venha algo de bom. Ou pode ser alguém, por que não? Que me de um empurrão. Mas acho mesmo que poderia ser uma pessoa, alguém que desse verdadeiro valor no que já fiz, na minha história. Poderia se chamar Escrécio. Alguém muito esdrúxulo. Se fosse... então pergunto... Escrécio, cadê você?

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Minha escravidão

“A escravatura humana atingiu o seu ponto culminante na nossa época sob a forma do trabalho livremente assalariado” George Bernard Shaw
“Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão” Nicolau Maquiavel

Há circunstâncias na humanidade que existirão sempre. Como por exemplo, a prostituição. Sempre haverá os que vendem seu próprio corpo por qualquer tipo de benefício. Crimes, já que sempre existirão seres de má índole. E assim por diante. Ou seja, como se fosse algo intrínseco ao homem todas essas mazelas. E quanto à escravidão, também cabe esse raciocínio?
Dentre os seres humanos é possível verificar que há pessoas mais capazes e, obviamente, outras menos capazes. Capacidade aqui está relacionada à de acumular capital. Contudo, essa verdade inserida em um sistema capitalista culmina em um dano social gigantesco. Assim, as pessoas destituídas de alta capacidade de obter renda “inevitavelmente” ficarão à mercê da classe então dominante.
Contudo, quanto a esse tema, está aqui minha indignação. Essa corrente que “inevitavelmente” existe, pois diz respeito a um sistema, não deveria continuar tratando-se de seres humanos. Deveria ser quebrada pelo bem do próximo. Utópico? Talvez.
Essas ditas pessoas com mais capacidade deveriam ser responsáveis pelos menos abastados. Os mais fortes seriam cuidadores dos mais vulneráveis. Caso contrário, a fome continuará existindo, a péssima qualidade de vida destes continuará sendo vislumbrada. Mas o que ocorre na realidade é que o individualismo reina.
Mas olhe só caro leitor, não estou aqui pregando uma sociedade que vive de altruísmos. Sou a favor do salário mínimo. Quero dizer que não sou contra uns ganharem mais e outros um tanto menos. Creio que faz parte. Mas o que está muito errado é que além daquela pessoa ganhar o salário mínimo, ela é explorada. Parece ser cultural, faz parte de nossas raízes, achar correto explorar o outro, com a justificativa de que a pessoa precisa de sofrimento para querer melhorar.
O justo deveria ser regra. As Leis deveriam conseguir refletir toda a teoria na prática do brasileiro. Mas não é o que ocorre. Há milhões de brasileiros trabalhando mais de 44 horas semanais por um salário mínimo. Com o simples propósito de servir bem. Penso eu que Maquiavel referia-se a essa classe que é por natureza submissa.
Portanto, posso afirmar que, por felicidade ou infelicidade, cada um vive sua escravidão. Talvez mais ou menos sofrida. Enquanto vejo os que estão submetidos à falta de dignidade, fico preso a minha escravidão de só poder observar o sofrimento. Viver a minha angustiosa covardia. E os que escravizam presos ao cinismo do bom cidadão. Sendo estes, os mais bem vistos socialmente e glorificados por suas posses.

sábado, 3 de setembro de 2016

Minha velha nova fase espiritual



“Senhor, minha preocupação não é se Deus está ao nosso lado; minha maior preocupação é estar ao lado de Deus, porque Deus é sempre certo”. Abraham Lincoln

“Acreditar em Deus é mais importante que ir à Igreja”. Elvis Presley

 Hoje sem sono, decidi reler um assunto que penso ser um dos mais importantes da minha vida: meu desenvolvimento espiritual. E por isso, ler novamente o texto “Eu, em minha religião”, publicado em meu blog no mês de abril de 2016 veio bem a calhar.
Quando ouvi de meu pai a frase “[...] ele ainda é muito novo” eu tinha mais ou menos 13 anos. Já quando escrevi o texto tinha uns 25 anos. Hoje tenho 30 anos. Se me perguntarem se tenho alguma resposta eu digo que ainda não.
Mas algumas coisas mudaram sim. Outras, é claro, não mudaram. Continuo não gostando de missas. Pelas razões já descritas anteriormente. Quanto às questões que mudaram, diria que tolero um pouco mais os problemas da Igreja, ou melhor dizendo, das pessoas que compõem tal instituição.
Deus. Continuo acreditando nele. Posso dizer que talvez até com mais intensidade. Mas um tanto perdido, se fosse me basear em uma estrutura religiosa. Precisamos mesmo de uma religião definida para estarmos próximos a Deus? Veja que agora a pergunta é ainda mais complexa. Antes a dúvida era sobre ir à missa ou não. Hoje é sobre ser assíduo a uma religião ou não.
Sinceramente, creio, penso isso hoje, que não precisamos de uma religião para estarmos ao lado de Deus. Precisamos sim seguir condutas humanas racionais e racionais altruístas. Fazermos o bem ao próximo, entre outras coisas já sabidas.
Se procuro ser uma pessoa melhor, não importa o porquê, estou ao lado de Deus. Quem sabe uma forma de comprovar isso seja analisar a nossa própria vida. Por exemplo, o mundo está um caos, como pode ser visto na mídia. Terrorismo, violência no trânsito, roubo, corrupção, etc. Sou uma pessoa que absorvo tudo isso. Mas estava pensando. Por enquanto, só Deus explicando, isso não esta afetando a pessoa Rodrigo. E isso é maravilhoso.
Pensei dias atrás, Deus existe. É claro. Mas não está na terra. Nos vê, mas bem de longe, com nossas desgraças cotidianas. Mas engano meu, pois se hoje não me encontro “desgraçado”, misturado a essa imundície, é porque Deus está fazendo sua parte.
Portanto, ei de melhorar, já que todos precisamos sempre melhorar. Mas o que Ele me faz entender é que sigo um caminho correto. Não importa se é dentro de uma Igreja, ou mesmo em orações diárias, mas que eu caminhe respeitando o próximo, e nunca deixando de enxergar suas mazelas, pois no final, serão estas as minhas também.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Fui forte por desistir



Vale a pena ler: https://www.blogger.com/profile/03374279786039857497 (Fernanda Dannemann).

“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez”. Thomas Edison

“Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama. Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer”. Bob Marley

Me pergunto de onde surgiu a ideia de nunca desistir seja característica de um grande ser humano. Essa, como tantas outras afirmações são imensamente relativas. Pode ser algo de pouca importância para algumas pessoas, mas para mim é tema de fundamental analise.
Ainda muito jovem, me considerava um cara de boas virtudes, dentre elas a de não desistir de nada. Talvez seja algo que tenha trazido de casa, mas pouco importa agora. O que importa é que, nos primeiros momentos da minha vida em que fiz uma escolha profissional muito errada, comecei meu martírio.
Sonhava em ser militar. Hoje acho isso até um tanto engraçado, mas já fora de grande seriedade toda essa história. Assim, muito estudei e, depois de um ano de muito esforço, passei no concurso Espcex (formação de oficiais do exército, para quem não conhece). Tudo foi um sonho, mas que logo se transformou em pesadelo. Não pelo fato de estar imbuído de regras e exercícios, mas pelo fato de perceber que aquilo não tinha nada a ver comigo.
Após dois anos pedi desligamento. Uma das piores fases da minha vida. Ouvi de tudo. Que era fraco, inconseqüente, entre outros. Mas mesmo assim pedi para sair, não muito por ideologia, mas por não ter mais força para tal infortúnio.
Muito abatido e sem rumo, decidi tentar novamente outro concurso público. O único cursinho preparatório que abriu, no período, foi para o banco do Brasil. E foi com um professor do cursinho que ouvi algo que nunca esquecerei. “Tem momentos na vida que não há outra atitude mais inteligente que a atitude de desistir”. Infelizmente não me recordo do seu nome.
Uma frase tão curta, mas que fiquei vagando em seus pormenores, acredito, que por vários minutos. Tanta cobrança, tanta decepção, mas que na verdade teria que ter orgulho por acreditar, e desistir.

Então senhoras e senhores, até certo ponto valem a força de vontade e a insistência. Mas se caminha para própria infelicidade, não há que se martirizar. A vida é curta. Então pense bem, o que esta passando vale a pena? 


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Minha tão amada caridade

“Fora da caridade não há salvação” – Allan Kardec

“Se Allan Kardec tivesse escrito que ´fora do Espiritismo não há salvação´, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu ´Fora da Caridade´, ou seja, fora do Amor não há salvação” – Chico Xavier


Caridade. Palavra tão singela, para tamanho significado. Ouvi dizer, creio que como você leitor, a vida toda sobre caridade. Mas caridade não é imposta por lei, não há, portanto, normas que a conceituem, não há rol taxativo sobre quais são as caridades verdadeiras. Eis a questão.
Qual seria, então, a tal caridade que lhe levaria a uma evolução digna? De que forma ela seria? E qual tamanho?
Diante de insaciáveis indagações, eu decidi embrenhar-me pela procura da verdadeira caridade, pois tudo estava indo mal na minha vida profissional. Sobrava-me, assim, buscar satisfação no campo espiritual.
Sempre me importei um pouco com a doação, ou seja, todo mês eu me “desfazia” de um pequeno valor para uma determinada entidade. E percebia também que muitas das pessoas que estavam a minha volta tinham o mesmo costume. Porém, embora seja caridade, o que mudava para mim essa atitude, se eu não tinha um mínimo de contato com aquele que precisam. Simplesmente eu depositava um valor e assim finalizava o propósito da doação. O que, com o tempo, perdeu o significado.
Dessa forma, entendi ser necessário estar próximo de quem precisa. Comecei então, com auxílio de um grande amigo, a ir atrás das pessoas que precisam de ajuda. Foi nesse momento que me surpreendi verdadeiramente. Não consegui achá-los.
Sim, é verdade. Muito se fala de pessoas que precisam, que nosso país é pobre, mas cadê aqueles que precisam? Senti, nesse momento, que o problema é mais embaixo. É claro que sei que a pobreza existe no Brasil, mas além de fecharmos os olhos, nos distanciamos dela, de forma gradativa acredito, mas, que no final, não a enxergamos mais.
O próximo passo, já que não encontrava ninguém “passando fome” foi procurar entidades. Essa foi minha segunda surpresa e decepção. As entidades também não sabem onde estão. Procurei médicos, farmacêuticos, enfermeiros, assistentes sociais, contadores, e nada. Todos dizem que muito há de se fazer, mas quando pressionamos para que aponte onde está a situação, ninguém sabe dizer.
Com essa minha experiência, posso afirmar que não estamos preparados para ajudar. Somos deficitários nesse aspecto. Corremos tanto para darmos uma vida “digna” a nossa família, que não temos mais tempo para o resto.
Quanto às instituições designadas como Organizações Sociais, são fechadas, passam poucas informações, seja por qual motivo for. Existe uma abertura muito grande para a doação a longa distância, mas para fazer parte do processo, torna-se bastante difícil. Quanto às instituições públicas, elas não têm nem noção do que isso significa, em sua maioria. Não possuem pessoas preparadas para esse tipo de demanda.
Por fim, depois de tantas decepções e informações desencontradas, decidi criar um grupo “fechado”. Um grupo de amigos, sendo que nos obrigamos a identificar onde o necessitado encontra-se e ajudá-lo. Posso garantir que não é tarefa fácil. Mas acho mais eficiente. Então se alguém me perguntasse hoje qual é a verdadeira caridade, eu diria que é aquela que você tem envolvimento, não importando forma e muito menos tamanho.

sábado, 4 de junho de 2016

Só mais um usuário

Olá! Estou aqui para um grande desabafo. Sim, sou mais um usuário. Mas não sou qualquer usuário. Muito distante disso. Faço uso de umas das piores mazelas das médias e grandes cidades. Algo que nos corrompe, denigre e humilha. 
Muito curioso quando outras pessoas, aquelas que não usam esse tipo de coisa, nos veem com um olhar de pena. Como que alguém que sabe que está tudo errado, mas infelizmente nada pode fazer. Somente lhe passa pela cabeça que não queria estar no meu lugar. É isso que compreendo desses olhares que me afligem diariamente.  
E o que dizer dos nossos políticos, que são intrinsecamente responsáveis por essa situação de caos, e também de desamparo. Queria que, por uma semana que fosse, usassem dessa mesma “droga”. Seriam, certamente, depois dessa semana, mais humanos, e quem sabe não fizessem mais pela população. 
Sim, sou mais um usuário, e não tenho vergonha. Tenho remorso. Pois também sou mais um que vive essa miséria, e não faço muito para mudar essa realidade. Mesmo que um dia eu saia disso tudo, nunca me esquecerei que um dia fui usuário do transporte coletivo da cidade de Goiânia. Obrigado.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Não só de amor se vive um relacionamento

Não tenho pretensão aqui de explicar o que é o amor. Diante de tudo que vivi até hoje sobre esse assunto chego a duas conclusões: a primeira, é que não haverá definição, pelo menos literal, do que realmente seja esse sentimento. A segunda, é que, ao contrário do que muitos pensam, só de amor não se mantém um relacionamento.
Você pode amar, em qualquer extensão que queira se colocar, pode também ter uma forte atração física, mas, pelo menos para mim, um relacionamento pauta-se em um emaranhado de situações muito mais complexas do que meramente amor e atração.
Isso só a convivência diária poderá trazer-lhe a resposta. Portanto, não sou contra o chamado “juntar os panos”. Ou seja, tentar, antes do casamento (falo mais do religioso), uma situação em que seja testada a convivência do casal.
Aquela ideia de que os opostos se atraem a considero muito simplista. Pode ser que haja atração, mas não quer dizer que seja possível uma convivência saudável. Está muito mais ligado ao campo da atração física do que a real concepção de amor.
Como imaginar uma convivência harmoniosa se há um dissenso em tudo que se queira fazer? Eis o grande problema. Não gostar do mesmo estilo de filme, não gostar do mesmo tipo de música, não ter a mesma religião, são coisas simples que podem tornar-se um motivo depressivo substancial com o passar do tempo.
Tomemos como exemplo uma situação ideal. Um casal que ao chegar a casa discutam como correu o dia de cada um, e que a solução dos problemas diários seja consensual e que ao final, para o tão merecido descanso, assistam a um filme que os dois apreciem com o mesmo entusiasmo. Depois, é óbvio, que troquem os mais prazerosos carinhos, aqueles em que só é possível com a presença de um forte sentimento.

Decerto, falo de uma situação utópica, mas, se não estamos vivendo isso precisamos buscar mudanças. Nesse momento, nada mais sensato que pensarmos em nossa própria satisfação. Isso não é egoísmo, mas maturidade. Devemos ter como objetivo uma vida perfeita como a apresentada para que possamos alcançar a felicidade, mesmo que não seja plena, mas que seja quase. 

domingo, 3 de abril de 2016

Eu, em minha religião

     Principio aqui, falando de uma lembrança que sempre perambula em minha cabeça. Há muitos anos, eu ainda criança, lembro-me de minha mãe me dando um sermão sobre a necessidade de se acreditar em Deus. Nesse ponto, entre tantos outros, muito me confronto com os ideais de minha mãe, e a discussão não foi curta não. Recordo-me que meu pai só escutava, deitado no chão, como sempre ficou em suas folgas, sem dar nenhum palpite, mesmo porque aquela conversa não teria fim.
     
     Bom, mas ao final, sem ninguém concordar com ninguém, minha mãe indiretamente resmunga ao meu pai o meu supérfluo pensamento ao referir-me ao tema em questão. Meu pai me olhou, olhou para minha mãe, e disse poucas palavras, mas que me desarmaram: “Não tem que se preocupar agora com o que ele diz. Ele ainda está muito novo para entender tudo isso”. Bom, nem preciso dizer que aquilo muito me chocou, principalmente pelo fato de que meus argumentos, que com veemência os disse, não valeriam frente ao argumento esboçado por meu pai.
     
     Depois disso muito tempo passou, não tento tempo assim , e ainda carrego minhas dúvidas. Melhor dizendo, o ponto nem é tanto sobre credibilidade em Deus, mas dos que propagam as suas palavras.
     
     Desejo aqui não tratar claramente dos motivos que me trouxeram a aversão que tenho dos dogmas clericais, mesmo porque muito me prejudicaria. Mas, como já disse, tenho hoje aversão às pessoas que conduzem a palavra divina. Logicamente não de forma genérica, mas posso dizer que se trata da maioria.
    
     Hoje, digo com firmeza que acredito em Deus, não que isso me deixe mais próximo dele, já que só acredito, mas nada faço. Mas no meu tempo presente, o problema consubstancia-se em não saber de que forma posso desenvolver essa credibilidade.
Chateia-me a ideia de que somente pela Igreja é possível concretizar o meu objetivo. Que com a comunhão é que se aproxima de Deus. E é nesse momento que começo a entrar em parafuso.
    
     Por motivos que não cabe aqui mencionar, tive no ano passado uma aproximação muito intensa com a Igreja. Não estou falando de missa, mas sim tive a oportunidade de conhecer um pouco o que se passa nos bastidores do Templo. Aí é que foi meu erro, pois no início me achava um reles perto do que as pessoas testemunhavam que tinham passado e que a partir daquele momento eram diferentes, ou seja, mais voltados à vontade divina. Perguntava-me por vezes se minha vida estava valendo a pena, já que de que adiantava lutar por uma vida melhor, se a maneira que eu escolhi não tinha nada a ver com tudo aquilo.

     Via indivíduos crédulos, que até em suas vestes mostravam seus ideais, carregando no pescoço cruzes, adornos religiosos, camisetas, etc. E eu nada. Contudo, nada melhor que o tempo para mostrar o que antes eu ainda não podia enxergar. Comecei a notar que muito se falava, mas questionava se realmente tudo aquilo era verdade, se realmente agiam daquela maneira bonita de viver a vida. A conclusão que infelizmente tive que chegar é a de que não é bem assim.

     Nessa análise, volto aos adornos que eles usavam. Bem, adorno é usado para que eu possa me diferenciar de outras pessoas. Aquilo define meu grupo social, e as pessoas desse mesmo grupo passam a me reconhecer como companheiro. Nesse ponto, já é possível vislumbrar uma situação de busca pela diferenciação, o que não se difere muito do, por que não dizer, almejado status. É verdade: os participantes assíduos de atividades religiosas começam a se achar melhor que os outros que são de fora. Algo muito parecido com declarações do tipo “eu vou para o céu, e você não”.

    Calma aí. Seria exacerbadamente injusto os escolhidos para adentrarem no reino de Deus ser somente eles. E as pessoas que possuem uma vida de atitudes ilibadas, que são humildes, mas que simplesmente não se sentem bem nesse meio? Será essa pessoa, apesar de todas suas qualidades, obrigada a frequentar um antro religioso? Sinceramente, acho que não. É isso mesmo, só acho. Não posso ter certeza de algo tão abstrato. Que confusão.

     Da mesma forma, volto o foco para minha pessoa. De forma alguma estou perto dos passos que um santo segue, mas no meu íntimo penso não ser tão ruim. Erro demais, nossa como erro, mas estou falando de barbáries, pessoas “lixo”, aquelas que
vemos nos noticiários sensacionalistas na televisão. Contudo, da mesma forma que não gosto de fórmula 1, peço desculpa pelo exemplo esdrúxulo, não gosto de missa.

    “E agora José? Perdoe-me o clichê, mas não há outra frase que caia melhor. E enquanto procuro uma melhor resposta, volto à lição dada pelas breves palavras de meu pai, pois me resta esperar um pouco mais e quem sabe me chegue alguma resposta salvadora.

sábado, 5 de março de 2016

Dedicação às minhas vitórias

Sobre um assunto de tamanha importância, gostaria de dizer que escreverei mais pela emoção que pela razão, pois quando falo em dedicação penso em minha família, e quando trato desse laço, muito me comove. 
Digo com veemência que das minhas vitórias devo noventa por cento a um grupo que se resume na minha família e em Deus. De tudo que consegui, que para mim consubstancia-se em muita coisa, é resultado da boa educação que recebi. 
Somente uma educação consistente poderá servir de base para que o indivíduo tenha um futuro promissor. Educação certamente pode ser dada por qualquer um que faça isso por amor, sendo os pais, avós, irmãos, ou outro ente qualquer. Hoje, quando se fala em educação muito se refere à escolar. De acordo com o dicionário Aurélio educação [...] é um processo de capacidade física, intelectual e moral do ser humano”. Certo que capacidade intelectual é importante, mas não suficiente.  
Só com o desenvolvimento de todas essas três sub-espécies do verbete educação que o ser humano consegue definir o que é ou não importante. E só assim, sabendo o que é realmente é essencial, é que alguém consegue sentar-se em uma cadeira e por horas dedicar-se ao estudo.  
Mas, abrindo aqui um parêntese, sinceramente não creio que uma pessoa educada refira-se somente àquele que teve sucesso no estudo. Narro o seguinte fato para servir de exemplo ao que quero dizer. Trabalhava em um órgão estadual no Mato Grosso, com atendimento ao público. E, com a experiência que obtive naquele local, meus maiores problemas com atendimento foi, por incrível que pareça, com pessoas com um nível escolar alto. Como, por exemplo, delegado federal , juízes, etc. Ou seja, educação, aquela que nos torna mais humanos, não se consuma com educação escolar. Bom, sob esse prisma, digo que a educação recebida dos meus pais refletiram em qualquer um dos sentidos acima discutidos.  
Em relação a Deus, eu sempre achei que sou uma pessoa abençoada. Não para o lado fictício da coisa, mas posso dizer que a vida nunca me obrigou a enfrentar um problema em que eu não seja o próprio causador. Melhor explicando, todos os problemas que tive foram eu mesmo que contribui para que ocorresse. Mas fora esses, ainda, graças a Deus, não tive que enfrentar nenhum outro. 
Os dez por cento restantes, sobram para o meu esforço e empenho. Pode alguém me considerar interessado, mas não fosse esses noventa por cento, não resolveria muita coisa, pois me faltaria o principal, que é a maturidade para se entender o quão complexa é a vida e que sozinhos somos no máximo dez por cento. Obrigado.