“O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela
gasta”. Millôr Fernandes.
“Dinheiro é um negócio curioso. Quem não tem está
louco para ter; quem tem está cheio de problemas por causa dele”. Ayrton Senna.
“Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma,
maior é sua sede. O mesmo se aplica à fama”. Arthur Schopenhauer.
“O dinheiro que temos é o instrumento da liberdade;
aquele de que andamos atrás é o da servidão”. Jean-Jacques Rousseau.
Antes
de começar a escrever sobre um novo tópico, eu releio de forma aleatória algum
texto. Dessa vez eu li “A minha ideologia de vida” que postei em janeiro de
2016. Senti, então, a necessidade de falar sobre dinheiro, e vou começar pela
ideia que coloquei naquele texto.
Uma
das conclusões que havia chegado é que um dos meus problemas de enquadramento
social é que não tenho ganância para ganhar dinheiro. Eu realmente pensava, e
ainda penso, dessa forma. Mas estou desfrutando uma etapa na vida que estou
tendo mudanças quanto ao significado de tudo isso.
A
gente sempre pensa muito na questão “dinheiro”. E é claro que de acordo com o
passar dos anos, continuamos pensando, mas vai mudando a definição e a
importância dada a ele.
Por
exemplo, eu quando mais novo pensava que correr demais atrás de dinheiro, de
forma exacerbada era uma tolice. Hoje, estou percebendo que é muito tênue a
diferença entre o suficiente e exagero. Isso deve-se ao fato de que “dinheiro”
significa algo diferente para cada um de nós.
Para
entender essa relação subjetiva para com o dinheiro devemos fazer a seguinte indagação:
O que significa o dinheiro objetivamente falando e o que significa para mim, na
minha vida?
Fui
pesquisar no dicionário, e verifiquei que a definição do verbete está atrelado
somente como papel, moeda, etc. Mas não era essa a definição que eu queria.
Então pesquisei no Google.
Em
um texto de Leonardo Duzzi, consultor financeiro (http://competenciafinanceira.com.br/dinheiro-pode-te-ensinar/),
percebi o mais interessante nos comentários. Bruna Farias diz que “o dinheiro
tem toda uma filosofia por trás [...]”. E o próprio Leonardo responde ser o
dinheiro “energia”.
Com
isso, o estudo torna-se mais interessante. Lidamos com o dinheiro desde a
infância, porém, não havia me atentado que existiam inúmeros estudos quanto a
esse termo, mas não só na área econômica, mas sociológica.
Vejamos
essa análise em um artigo de pós-graduação em sociologia política:
Então,
podemos observar que a mercadoria é um objeto externo ao homem e suas propriedades
satisfazem as necessidades e/ou os desejos humanos, e o dinheiro serve, então,
como mediador entre as coisas e o homem, para a produção de riquezas em relações
sociais historicamente determinadas, que satisfazem as necessidades humanas
como meios e/ou objetos. Assim o dinheiro é o objeto por excelência de afirmação
das necessidades humanas na sociedade moderna. (ALVIM, Valdir; Dinheiro:
Instituição social relevante na sociedade moderna).
Pelo
menos, o que eu entendo disso tudo é que o “externo” são mercadorias, as quais
são tiradas da natureza, e o dinheiro serve como mediador na relação do homem e
sua necessidade de produzir riquezas. Vou além. Podemos separar, dessa forma, a
necessidade de produção e de fato o consumo.
Ou
seja, todos nós, em todas classes sociais, sabemos da importância da produção
de mercadorias. Quase que uma questão de instinto de sobrevivência, pois somos
avessos à ideia de correr o risco de ter pouco. Por outro lado, diante de toda
a oferta, o que realmente podemos comprar, possuir, nos satisfazer? Seria isso
que estaria levando a tantas pessoas à depressão?
Hoje,
pai de família, como dito, tenho novos conceitos e necessidades. Embora não
tenha a chamada ganância no que tange às minhas necessidades, tenho outras para
com meu filho. Querer uma escola boa, boa alimentação, saúde, etc. Só isso já
me torna uma pessoa tendente à alienação, pois preciso dessa quantia em
dinheiro para adquirir as referidas “mercadorias”. Vou alcança-las de acordo
com minhas expectativas? Outra pergunta seria se minhas expectativas estão
sendo dosadas? Essas necessidades são realmente coerentes, ou parto para o
exagero?
Uma
coisa tenho hoje convicção. Em contato com tantas “necessidades”, obviamente
você vai tendo que escolher o que pode fazer, deixando muitas coisas de lado.
Como por exemplo, não poder participar de um casamento de uma pessoa próxima
(gasto com roupas, presentes, viagem, etc,), entre outras confraternizações. E
nisso, acontece algo não era a verdadeira intenção: perdemos as relações com os
próximos, devidos as necessidades financeiras que criamos.
Portanto,
o mundo é regido com fulcro no dinheiro. A pessoa que escolhe não dar
importância a ele, ou simplesmente escolhe uma forma de vida consciente, sem
querer os exageros, corre o risco de não existir mais para muitos a sua volta,
tornando-se praticamente invisível.